segunda-feira, 25 de julho de 2011
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“A Educação em si não se constrói sozinha, é necessária a ação conjunta de cada um de nós, potencializada pela responsabilidade que nos é confiada.” Lidiana Galvão
Laura Monte Serrat Barbosa - Educadora |
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“Eu sou parte de uma equipe. Então quando venço, não sou apenas eu que vence. De certa forma termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas.” Ayrton Senna
Texto 1: Matrizes de Competências e Habilidades
O Instituto Ayrton Senna tem como princípio norteador de seus programas o desenvolvimento do potencial de todas as crianças e todos os jovens, por meio do aprimoramento das competências pessoais, sociais, profissionais e cognitivas. Para traduzir esse forte e poderoso princípio em práticas pedagógicas, os programas do Instituto que subsidiam a educação formal apresentam propostas curriculares organizadas em matrizes de competências e habilidades.
O que se compreende por competência? E por habilidade? [1]
Uma competência resulta da relação entre pensamento e ação, refere-se à capacidade de agir eficazmente frente a uma situação inédita ou quando instado a resolver problemas. Agir de forma eficaz exige mais do que transferência de saberes, pois implica a capacidade de levantar hipóteses, acessar conhecimento e envolver operações mentais complexas.
Competência = pensamento + ação
Nessa articulação entre o agir e o refletir, embora diversos conhecimentos sejam mobilizados, rompe-se com a tradição “conteudista” na medida em que um conceito ou um saber de uma disciplina específica não é relevante em si mesmo, mas torna-se significativo justamente por ter sido selecionado em função de uma ação. Ser competente é, portanto, ser capaz de fazer a mobilização de saberes em ação.
Para essa mobilização, várias habilidades são requisitadas. Uma habilidade refere-se ao plano imediato do saber-fazer. Uma pessoa hábil é capaz de lidar com algo, seja uma informação, o manuseio de uma máquina ou a identificação de possíveis caminhos para o enfrentamento de um problema da vida cotidiana.
Habilidade = saber-fazer
Como habilidades e competências se articulam?
Muitos educandos demonstram habilidades nas quatro operações matemáticas: somam, dividem, subtraem e multiplicam. Se, entretanto, eles não forem capazes de colocar em prática essas habilidades em questões mais complexas, nem em ocasiões do dia a dia, não serão competentes para resolver situações-problema que surgirem.
A competência está na qualidade das estratégias utilizadas para pensar um problema e na escolha dos instrumentos adequados à sua solução, em qualquer área do conhecimento, seja ele global ou específico.
É possível, por exemplo, perceber a intenção de um autor de um texto, por meio da habilidade de inferir nas “entrelinhas”. Assim como a argumentação empregada para convencer alguém se constitui de expressões articuladoras específicas ao ato de argumentar, como também de posições favoráveis ou contrárias à de um interlocutor. Essas habilidades, relacionadas aos conteúdos linguísticos, são necessárias para o uso proficiente da língua.
Entretanto, para a elaboração de um bom texto ou projeto, para a apresentação de um tema, ou a participação em um debate, é necessário integrar e mobilizar outros conhecimentos, articulando-os de maneira pessoal, adequada à situação de interação que se está enfrentando. Assim, não só o uso adequado de recursos linguísticos, como também conhecimentos, saberes e raciocínio que, organizados, permitem cumprir uma dessas tarefas. São todas essas situações que requerem a mobilização de uma rede de habilidades traduzidas em um saber-agir em determinado contexto.
Uma habilidade não se relaciona a apenas uma competência em especial, pois muitas vezes uma mesma habilidade pode contribuir para competências diferentes. Nem necessariamente toda e qualquer habilidade poderá se transformar em competência. Em situações específicas, determinadas habilidades concorrem para um saber-agir eficaz e tornam-se, elas mesmas, competências.
Nas práticas pedagógicas, o que importa é se ter a clareza de que competências e habilidades precisam ser ampliadas ou desenvolvidas na escola e que conteúdos programáticos são meios para promover esse aprimoramento.
Quais são os pressupostos de práticas pedagógicas comprometidas com o desenvolvimento ou ampliação de competências/habilidades?
A proposta de aprendizagem e educação com ênfase em competências/habilidades modifica as práticas pedagógicas ao propor tarefas que desafiem e incentivem os alunos a mobilizarem conhecimentos já adquiridos, na busca por novos conhecimentos. É uma educação dinâmica, capaz de transformar a sala de aula em espaço privilegiado de aprendizagens enriquecedoras, permitindo que o aluno participe ativamente da construção de seu conhecimento. Nela, o conteúdo é um meio e não mais um fim em si mesmo. Pode-se dizer que se aprende o que não se sabe, fazendo.
As práticas pedagógicas, estratégias e métodos, nessa perspectiva, focam o processo e os resultados da construção do saber e requerem uma organização conceitual dos conhecimentos. Portanto, o ensino voltado para o aprimoramento de habilidades/competências extrapola os limites dos temas, noções e conceitos de uma área do conhecimento e agrega a preocupação com o formar em sentido mais amplo.
As habilidades desenvolvem-se na relação do sujeito com um conjunto de informações, de conceitos, de princípios organizados hierarquicamente. O conteúdo programático é, pois, ferramenta essencial para que o educando exercite aptidões, ou até mesmo as crie, em função de um saber-fazer.
No desenvolvimento da habilidade de ser crítico, por exemplo, não se pode prescindir da aquisição de conhecimentos suficientes sobre o tema que será alvo da análise crítica. Não há como refutar ou questionar algo, se não se conhecer suficientemente o assunto em questão. Por outro lado, o conhecimento de um assunto ou de um tema pode permitir o exercício de autoria, com a possibilidade de elaboração oral ou escrita de pensamentos favoráveis ou contraditórios aos do interlocutor.
O trabalho pedagógico centrado no sucesso da aprendizagem do aluno consiste, então, em levar em conta os conhecimentos prévios, ou seja, aqueles conhecimentos que estão, direta ou indiretamente, ligados ao assunto em estudo e que são necessários à aquisição ou ampliação da habilidade requerida. Mas esses conhecimentos precisam ser ampliados, e para isso, ao menos dois movimentos básicos tornam-se imperiosos: a capacidade de aprender a partir das aprendizagens já concretizadas (colocar em ação o já aprendido) e a indissociabilidade entre o que se aprende a fazer e o que se aprende a compreender.
Processos de aprendizagens = conhecimentos prévios + compreender e fazer
Esses movimentos dos processos de aprendizagens devem nortear a responsabilidade da escola na definição do que, como, para quem e, sobretudo, para que ensinar. Em outras palavras, essa responsabilidade da escola implica em ter como objetivo central a aprendizagem dos alunos, com prioridade para o desenvolvimento de competências e habilidades, e não a transmissão pura e simples de conhecimentos. Isso se traduz no modo como se planeja, se ensina e se avalia.
O currículo, de acordo com esses pressupostos, é entendido como algo muito superior a um programa de estudos, ou a um elenco de disciplinas, como era defendido antes pela já suficientemente condenada visão utilitarista e pragmática do conhecimento. Sem desprezar os conteúdos disciplinares, a nova visão sobre o currículo propõe um conjunto de conhecimentos que garantirá, para além do sucesso nas avaliações, condições para a mobilização eficiente de saberes, para resolver situações de desafios reais, ao longo da vida em sociedade e no mundo do trabalho. Trata-se, pois, de um currículo comprometido com a superação do fracasso escolar, enquanto as crianças e os jovens estiverem na escola, e com o sucesso na vida pós-escolar, nas vivências cidadã e profissional.
A organização curricular, nessa perspectiva, enfatiza ainda como o aluno aprende, oportunizando-lhe, nas situações de aprendizagens, a mobilização dos esquemas mentais variados e próprios de cada sujeito. Os conteúdos, selecionados a partir das competências a serem desenvolvidas, passam a se constituir, pois, como princípios de integração curricular, uma vez que mobilizam habilidades e saberes relacionados às diferentes disciplinas escolares e são necessários para o aprimoramento do exercício dos esquemas mentais do sujeito aprendiz.
Em síntese, um currículo focado no desenvolvimento de competências permite ao aluno atribuir “valor de uso” aos conhecimentos, auxiliando-o a mobilizar esses conhecimentos em ações da vida em sociedade, na resolução de problemas e na superação dos desafios enfrentados no cotidiano imediato ou em um futuro próximo.
Como se dá o planejamento do trabalho escolar?
Como já discutido, os conteúdos escolares constituem-se em ferramentas para propiciar o desenvolvimento de competências/habilidades em crianças e jovens. Isso implica uma organização específica da escola, da prática pedagógica do professor, da sala de aula, da avaliação, da formação de grupos de alunos e dos materiais utilizados.
O fazer pedagógico assume um papel preponderante no processo de aprendizagem do aluno. É ao professor, como mediador das aprendizagens, que cabe selecionar e oferecer, em atividades significativas, materiais, livros didáticos e diferentes tecnologias, a fim de que os alunos usufruam de diversificadas fontes de pesquisas e utilizem-nas na busca de informações. É ainda pela ação pedagógica que os alunos poderão transformar as informações em conhecimentos, e mobilizá-los no desenvolvimento de suas competências/habilidades.
Cada área do conhecimento — e, dentro dela, cada disciplina —, tem particularidades, metodologia e abordagem próprias, logo nenhum fenômeno social, natural ou científico pode ser compreendido exclusivamente por uma disciplina. Haverá a necessidade de integração entre as diferentes áreas e disciplinas por meio de aproximações pertinentes que facilitem o ensino e a aprendizagem.
A equipe escolar, isto é, professores, coordenação pedagógica e direção, deve trabalhar de forma coletiva e planejada na busca de diálogos com outros campos de conhecimento e na busca dos pontos convergentes das diferentes disciplinas, conectando as práticas escolares com as práticas sociais.
Cabe ao educador dar continuidade ao planejamento coletivo, através da compreensão dos processos de aprendizagens dos alunos. Desse modo ele estará possibilitando aos alunos tornarem-se autônomos e responsáveis pela aquisição do conhecimento, além de cultivarem os hábitos do autoconhecimento, do pensar criticamente e do aprender a aprender (DELORS, 1999).
A opção pelo trabalho com matriz de competências e habilidades, tanto no processo coletivo do planejamento quanto no individual do professor, implica:
Ø ensino voltado para o desenvolvimento de habilidades e não centrado na transmissão de conteúdos conceituais e procedimentais;
Ø ênfase no processo cognitivo do aluno (como se aprende) e em diferentes estilos de aprendizagens;
Ø seleção (em quantidade e qualidade) e integração dos conteúdos, com base nas habilidades a serem desenvolvidas;
Ø conteúdos conceituais abordados a partir de situações-problema;
Ø ensino focado nas situações do cotidiano, com o apoio em materiais e recursos diversificados;
Ø atividades dirigidas à observação, ao questionamento da realidade e à integração de saberes;
Ø atividades cooperativas de aprendizagem, orientadas para a integração dos alunos e para a troca de saberes;
Ø exercícios voltados a processos metacognitivos;
Ø reflexão da prática docente;
Ø avaliação da aprendizagem adequada ao aprender a aprender e aprimoramento dos processos de aprendizagem.
Avalia-se para quê, quem e como?
A avaliação já foi compreendida como instrumento ou processo que avaliava o grau de alcance de conteúdos ensinados e o resultado obtido servia exclusivamente para qualificar ou sancionar apenas o aluno. Com os avanços na literatura pedagógica e intenções implícitas em reformas educacionais outras concepções de avaliação foram concebidas e não se limitam a qualificar ou valorar os resultados. O processo de construção de saberes, individual de cada aluno e os possíveis objetos e sujeitos surgem como princípios constituintes da avaliação.
Avalia-se para conhecer os alunos, suas necessidades e interesses; para identificar o que aprenderam e o que ainda precisam aprender; diagnosticar níveis de aprendizagem; pontuar os avanços e os entraves encontrados não só pelos alunos, mas também pelos professores e a instituição. Nesse sentido, a avaliação passa a ser um instrumento que permite constantemente refletir sobre o cenário, o processo de ensinar e aprender, o projeto pedagógico, suas metas, suas possibilidades e a localização de cada aluno em relação às metas estabelecidas.
A avaliação nessa perspectiva possibilita identificar em que medida os alunos desenvolveram as competências e habilidades esperadas e, a partir disso, orienta um novo planejamento, contribuindo para a melhoria do processo ensino-aprendizagem e o contínuo aperfeiçoamento pessoal e coletivo.
Avaliação = observação + diagnóstico + novo planejamento
A observação sistemática de diferentes atividades e tarefas, individuais e em grupo, é o melhor instrumento para a aquisição do conhecimento sobre a aprendizagem dos alunos desde que observadas em clima de confiança e de cooperação entre os atores do processo, professor e alunos.
Apesar do ensino-aprendizagem estarem intimamente relacionados e ambos integrarem a aula, distinguimos dois processos de avaliação: como o aluno aprende e como o professor ensina. Assim, há quatro objetos e quatro sujeitos da avaliação:
Processos | Aprendizagem individual | Aprendizagem do grupo | Ensino individual | Ensino do grupo |
Sujeitos | Aluno | Classe | Professor | Equipe docente |
Cada aluno torna-se ator, autor e gestor de sua aprendizagem; além de contribuir para a aprendizagem do grupo de alunos; e o professor torna-se o gestor do ensino, que no momento do planejamento com a equipe docente, questiona-se: “O que ensino?”, “Por que ensino?”, “Em que medida e como os meus alunos podem aprender isso?”. Tais questionamentos direcionam seu olhar para os efeitos das ações didáticas que organiza para que os alunos desenvolvam e potencializem suas habilidades e competências, ou seja, aprendam. A equipe docente torna-se co-responsável pela aprendizagem de todos os alunos.
A avaliação bem elaborada fornece dados que possibilitam ao professor compreender o que foi aprendido ou não, e dá pistas para fazer intervenções que permitam ao aluno avançar em seu processo. Isso faz com que os diversos instrumentos utilizados se organizem em torno de atividades que interessem, instiguem os alunos a pensar, a mobilizar os conceitos e a selecionar os procedimentos adequados para resolver as situações propostas.
A avaliação torna-se então, simultaneamente, uma situação de ensino e de aprendizagem. Para o aluno, que exercita suas habilidades e competências nos momentos de avaliação e identifica o que sabe e o que deve ainda aprender. E para o professor, que a partir do registro de suas observações acerca do processo dos alunos, compreende cada um deles, pondera acerca dos caminhos e das intervenções que devem ser efetivadas para que todos aprendam. Além disso, avalia, compreende e redimensiona as próprias estratégias de ação pedagógica. Assim, a avaliação é parte da ação pedagógica, pois ela somente terá sentido se promover a aprendizagem do aluno.
A reflexão do professor acerca do processo de ensino e aprendizagem requer o registro sistematizado de observações sobre o aluno e sobre a sua própria prática docente:
Registro de observações dos alunos que devem contemplar não só os aspectos cognitivos, mas as atitudes, interesses, procedimentos, sentimentos e reações frente a desafios; Observações dos alunos em atividades em grupo ou individuais, em atividades escritas ou orais e corporais. Dentro e fora da sala de aula, em diversas interações com outros alunos e profissionais.
Registro das intervenções realizadas pelo professor, individualmente e com o grupo de alunos, que devem conter a situação real de aprendizagem, a intervenção realizada e o resultado conseguido.
A reflexão a partir desses registros resulta numa radiografia do desenvolvimento de cada aluno e se transforma numa excelente ferramenta para o replanejamento do ensino com foco na aprendizagem de todos.
A avaliação pode ser compreendida como uma análise global do processo educacional que tem início com as primeiras aprendizagens, expressa a trajetória seguida pelo aluno, as medidas que foram adotadas pela equipe docente, o resultado alcançado e especialmente, a partir deste conhecimento, as previsões sobre o que é necessário continuar fazendo ou será preciso fazer de novo ou o que precisa ser feito de outra forma.
A opção pelo trabalho voltado ao desenvolvimento de competências e habilidades implica uma mudança radical na própria concepção de avaliação que deixa de ser entendida como seletiva, aquela que separa os que sabem dos que não sabem, para ser assumida como uma ação que oferece, a cada estudante, a oportunidade de desenvolver, em diferentes graus, todo o seu potencial.
Todos os atores envolvidos com os resultados
Os possíveis interessados nos resultados da avaliação seriam o próprio aluno, os professores, os pais ou familiares, a escola e a secretaria de educação.
O aluno precisa conhecer a sua situação e receber toda a orientação e informação para superar os desafios que lhe são impostos.
Os professores(as) precisam dispor de dados atuais sobre o processo de aprendizagem de cada aluno.
Os familiares precisam receber as informações centradas no processo de ensino e aprendizagem, nos avanços que o aluno realiza, nas medidas que a família pode adotar para favorecer a aprendizagem e como colocar à disposição os meios que possibilitem o crescimento do aluno.
A equipe docente da escola necessita registrar o percurso desenvolvido por cada aluno, suas características pessoais, resultados obtidos, medidas adotadas, incidentes significativos em sua trajetória escolar, para garantir que todos os professores, e a equipe escolar, se engagem no processo de seu desenvolvimento durante todo o Ensino Fundamental.
A secretaria de educação precisa conhecer os resultados alcançados pelas escolas de sua rede para (re)pensar sua política educacional, propor e desenvolver ações articuladas que visem garantir a qualidade da aprendizagem de todos os alunos.
Para finalizar:
A organização curricular é uma importante ferramenta de apoio à prática docente e às aprendizagens dos alunos.
No Programa Gestão Nota 10 a proposta curricular para os nove anos do Ensino Fundamental está organizada em matrizes de competências e habilidades com o objetivo de contribuir para a reflexão e discussão sobre o que os estudantes precisam desenvolver em termos de suas potencialidades e o que necessitam aprender relativamente a cada área do conhecimento.
O conjunto de matrizes de competências e habilidades foi organizado por especialistas de diferentes áreas e coordenado pelo Instituto Ayrton Senna. Este trabalho está ancorado nos Parâmetros Curriculares Nacionais, na forma de conceber os fins da educação e na compreensão de que as áreas do conhecimento podem contribuir para a formação dos estudantes. Este conjunto deverá integrar a Proposta Pedagógica das escolas.
O programa Gestão Nota 10 propõe, em suma, que o trabalho pedagógico seja pautado pelo desenvolvimento de competências e habilidades por meio do estudo de conteúdos, dispostos de forma integrada e articulada, de maneira a levar o cotidiano para dentro da sala de aula, onde saberes, problemas e decisões compartilham os mesmos tempos e os mesmos espaços.
Referências Bibliográficas:
HADJI, Charles. Avaliação Desmistificada.. Porto Alegre: Artmed, 2001.
PERRENOUD, Philippe. Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza. Porto Alegre:ArtMed, 2001.
PERRENOUD, Phillipe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – Entre Duas Lógicas, Porto Alegre, Editora Artes Médicas,1999.
RAMOS, Marise Nogueira. A Pedagogia das Competências: autonomia ou adaptação?, 2ª ed., São Paulo, Editora Cortez, 2002.
ROLDÃO, Maria do Céu. Gestão do Currículo e Avaliação de Competências. Editorial Presença, Lisboa , 2003.
SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Trad. Ernani F. da Fonseca Rosa. 3 ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
SACRISTÁN, J.Gimeno; Peréz Gómez, A. I. Compreender e transformar o ensino.Trad. Ernani F. da Fonseca Rosa. 4 ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
[1] 1 Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e conhecimentos. As habilidades referem-se ao plano imediato do ‘saber fazer’. Por meio das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova reorganização das competências (INEP, 1999, p.7).
Acreditamos sim, que a aprendizagem está diretamente ligada a alta autoestima pois a criança que apresenta uma autoestima baixa se fecha acreditando não conseguir aprender, passando até mesmo por “indisciplinado”, criando assim uma autodefesa por não ter aprendido.
Sabemos que para a aprendizagem realmente acontecer de forma eficaz é necessário que este indivíduo esteja bem emocionalmente, fisicamente e cognitivamente, pois só assim ele se sentirá capaz de aprender e sendo autor e ator de sua própria história.
Autores:
Claudiane
Joelma
Lívia
Gidel
Maria do Carmo
Jaqueline
Vamos lá caros colegas,
Um tema abordar,
Trata-se da aprendizagem
No ambiente escolar
Minha gente vou dizer,
Minha gente vou falar,
Para o aluno aprender
É preciso estimular
E com muita criatividade
As aulas inovar
Para nosso aluno aprender
É preciso “cutucar”
E a autoestima dele?
É preciso levantar
Para que assim alcancemos
O sucesso escolar.
Porém, é preciso entender
Que o tempo de cada um é contado
Uns anotam mais depressa,
Outros mais devagar
Mas no fim, chegam ao
Mesmo lugar
Pois, ouve-se muito dizer
Que querer é poder,
Pode até ser!
Mas, isso só é possível
Através da sua vontade
De conhecer.
Então, vamos lá meus colegas,
Juntos caminhar
Pensar na educação
Em primeiro lugar
Fazer a nossa parte
Tentando aos poucos conquistar
Pais, alunos e todos os envolvidos
Na processo escolar
Autores:
Jaciara
Clécia
Jéssica
Viviane
Naziane
Cornélia
Mabel
Márcia Adriana
Luzitânia
Bem minha gente
Prestem muita atenção
A autoestima é coisa
Guardada no fundo do coração
Para que o aluno aprenda
É preciso atenção, mas,
Para que isso aconteça
É necessário dar-lhe a mão
Dar a mão ao aluno é
Conquistar seu coração
Por isso, agiremos com
Toda emoção
Com a autoestima
A aprendizagem é acelerada
Por serem companheiros
Seguindo a mesma estrada
Quando se tem autoestima
Na área de educação
Se aprende mais rápido
Com muita dedicação
Promovendo a motivação
e o encontro a participação
Certamente a aprendizagem
será alcançada com satisfação
A autoestima baixa
É uma grande preocupação
Atrapalha a aprendizagem
Pois não tem motivação
Portanto, educadores revejam
Sua prática, conquistem
Pois, o aluno com a autoestima
Coloca o conhecimento em ação
Autores:
Lucivania
Elizabeth
Zanon
Dorilandia
Dirlene
Valdenice
Mariângela
Kleber
Do livro "Trabalhoem grupo" de M. Leonor C. Gayotto, Editora Vozes.
Neste encontro socializamos a necessidade e a importância do trabalho em grupo em todas as areas, ou seja, para nós professores fortalecendo e contribuindo com o trabalho de nossos pares, como também, para nosso alunos. Vejamos agora um dos textos trabalhados, trazendo dicas de como podemos formar grupos na sala de aula, demonstrando suas vantagens e desvantagens, escolha a melhor forma para sua turminha, e boa leitura.
Diagramações de sala de aula
Júlio Clebsch
Salas de aula são sempre parecidas. Fileiras de alunos, sentados e bem comportados, pelo menos enquanto você está olhando. Tal distribuição tem suas vantagens. Dificulta consultas a colegas durante as provas e faz com que a atenção de todos se volte para o professor (esqueça, por um momento, a turma do fundão).
Porém, muitas vezes você quer que os alunos interajam entre si, que troquem idéias e trabalhem em grupo. Em tais situações, a disposição tradicional da sala de aula não funciona. Então é um tal de arrastar as carteiras para lá e para cá, perdendo tempo e atrapalhando os professores nas outras salas. E, muitas vezes, o resultado não é dos melhores. Alguns alunos não participam ativamente, outros não conseguem ver o que o professor escreveu, outros ainda se refugiam em um canto e puxam um baralho enquanto o resto da turma trabalha.
Muitos desses problemas podem ser resolvidos com uma correta diagramação da sala de aula. Escolha aquela que mais se encaixa no tipo de atividade proposta para seus alunos.
1 - FORMA DE U
VANTAGENS:
- Ninguém fica de costas para o quadro ou vídeo.
- O professor pode circular à vontade
- Favorece a discussão em grupo
DESVANTAGENS:
- Grupos menores não podem trabalhar isoladamente
- Os alunos das pontas estão muito distantes um do outro para interagirem.
2 - GRUPOS
VANTAGENS:
- Favorece discussões e interações
- Com vários grupos, vários alunos podem se manifestar ao mesmo tempo sem um interferir com o outro.
DESVANTAGENS:
- Invariavelmente, alguém vai ficar de costas para o quadro.
- O professor precisa prestar atenção em diferentes locais ao mesmo tempo.
3 - MESA DE REUNIÕES
VANTAGENS:
- Favorece a participação de todos
- Diminui a importância do professor e aumenta a do grupo.
DESVANTAGENS
- O professor dificilmente poderá usar o quadro nessa situação.
- Os alunos que se sentarem na ponta oposta ao professor podem se sentir meio "abandonados".
4 - CÍRCULO
VANTAGENS
- favorece ao máximo a interação entre alunos, sendo ideal para discussões com o grupo inteiro.
- Pode ser transformado rapidamente em vários grupos de trabalho
DESVANTAGENS
- Os alunos perdem a superfície para escrever (só se usam as cadeiras)
- Novamente, muitos ficam de costas para o quadro
5 - PIRÂMIDE
VANTAGENS
- Favorece a interação dos alunos em salas grandes (mais de cinqüenta estudantes)
- Todo o grupo tem boa visibilidade do professor e do quadro ou vídeo
DESVANTAGENS
- O professor pode ter alguma dificuldade em alcançar a "turma do fundão"
- É um pouco complicado colocar toda a turma nessa disposição
6 - DE DOIS EM DOIS
VANTAGENS
- É a disposição que "faz menos bagunça" para ser conseguida, poupando tempo
- O professor tem bastante espaço para circular.
- Todos ficam de frente para o quadro.
DESVANTAGENS:
- Impossibilidade de se criar grupos de mais de dois ou três alunos.
- Dificuldades de juntar as conclusões de diversos pares de alunos e tirar uma idéia só para a sala inteira.
Existem outros fatores que podem fazer com que o trabalho em grupo de seus alunos renda mais:
1 - Misture - Nada pior do que ter os geniozinhos da turma reunidos em um canto, e as fofoqueiras em outro. Por isso, prefira você mesmo montar os grupos, criando uma troca de idéias saudável entre diferentes tipos de alunos.
2 - Olho no relógio - É muito fácil os alunos se envolverem com esse tipo de trabalho e perderem a noção do tempo. Por isso, dê avisos do tipo: "Pessoal, só faltam dez minutos, preparem suas conclusões". Não esqueça de reservar um minuto ao final da aula para todos voltarem as carteiras às posições originais. Nada de deixar a bagunça para o próximo professor ou para a zeladora.
Disponível em
www.profissaomestre.com.br. Acesso em 23/07/2008.“O ser humano não vive isoladamente, mas em contínua interação com seus semelhantes.”
(CHIAVENATO, 1994, p. 21.)
Você é um professor mosca ou um professor abelha?
Você é um professor mosca ou um professor abelha?
Laura Leal
Aprendi muito com a vida. Para além dos conteúdos acadêmicos e conceituais, tive oportunidade de aprender no meu exercício de existir, pessoal e profissional, que algumas pessoas parecem ser “abelhas”, pois qualquer que seja a situação enxergam o “néctar”. Outras, ao contrário, optam por ser “moscas”: em tudo vêem excremento. Essa idéia me ajuda, diariamente, na empreitada que travo comigo mesma, na busca de um aperfeiçoamento de ser uma pessoa melhor. Não são poucos os momentos em que me questiono se minha postura é de “mosca” ou de “abelha” diante desta ou daquela situação.
Estou convencida que essa analogia com o “jeito mosca ou abelha de ser” pode ajudar a nos entender melhor, entender os outros e mais, entender as relações que são estabelecidas com a vida pelas pessoas. Como? Simples assim...
Vamos ilustrar essa afirmativa, pensando em um lindo jardim. Todos os movimentos de uma mosca nesse jardim são para encontrar os dejetos ali presentes, enquanto os da abelha são para buscar néctares. Nossos movimentos de busca, muitas vezes, definem aquilo que vamos encontrar. Se estivermos imbuídos da “postura de abelha”, teremos inúmeras possibilidades de produzir o “deleite” e com ele construir coisas boas. Mas, se optarmos por uma “postura de mosca” – além do potencial de veicular mais de uma centena de organismos patogênicos – encontraremos, sem dúvida, as mazelas existentes em todas as escolhas que fazemos, em todas as produções que concebemos, em todas as relações humanas que participamos. Sempre haverá possibilidade de encontrarmos os dois elementos, pois na vida, dificilmente, uma situação é de toda boa ou de toda ruim.
Ampliando ainda mais esta reflexão, sabemos que as abelhas produzem o mel que serve de alimento durante o período do inverno; no entanto, ao produzirem o seu próprio alimento, elas geram vida em abundância, pois da polinização depende a perpetuação de muitas espécies de plantas e de outras formas de vida. Percebe-se, então, que não é apenas um fazer que limita-se à extensão, mas também a intensidade do acontecimento.
As “moscas” também geram vida, mas o fazem depositando bactérias em comidas ou suas larvas em frutos que em seguida apodrecem. O curioso é que esses dois insetos habitam no mesmo espaço e, no entanto, olham para as possibilidades de formas muito diferentes.
Estendendo essa analogia à docência, podemos nos perguntar se somos, enquanto educadores, “abelhas” ou “moscas”?. É evidente que ao fazer essa analogia com animais devemos ponderar o fato de que eles são programados geneticamente e, nós humanos, somos dependentes da aprendizagem. Os animais nascem preparados, como se a obra já viesse pronta. Eles são o que são, desde o nascer. O ser humano, ao contrário, além da carga genética, é dependente da mediação, pois ao nascer já encontra um mundo preexistente, o que acaba por ser uma vantagem, uma vez que pode usar esses conhecimentos construídos por gerações, para evoluir como espécie, sem ter que começar do nada.
Mesmo tendo consciência dessas diferenças, vale a pena investir um pouco mais na metáfora da vida de inseto. Ela pode nos ajudar a problematizar uma perspectiva de aprendizagem condizente com o tempo em que vivemos, no qual nossos alunos estão cada vez mais desafiados a interagir em ambientes sempre mais complexos, marcados pela diversidade e em constante e vertiginoso ritmo de mudança.
Sendo assim, possivelmente, terá mais chance de favorecer uma verdadeira aprendizagem aquele educador-abelha, o que fecunda; do que aquele educador-mosca, que só deposita. As abelhas e as moscas não têm opção ... Mas nós a temos!
As escolas precisam gerar possibilidades de vida por meio dos olhares, dos gestos, das palavras e dos nossos saberes de seus educadores... Precisam encerrar em seu cotidiano uma prática pedagógica que cria, que inventa, que duvida, que pergunta... Portanto, precisa ter vida! A nossa inteligência não deve nos deixar escolher o outro tipo de vida: a copiada, a treinada, a reproduzida. Simplesmente uma vida que já nasce morta ou talvez, mais triste do que isso, uma vida que nunca conhecerá suas potencialidades de criar o novo, de olhar para velhos problemas e ver neles novas soluções. A “postura da abelha” traz consigo, portanto, a possibilidade intrínseca da docência, que é de fecundar as pessoas para que elas possam, por meio de uma gestação única e intransferível, deixar nascer todo o seu potencial.
Sob essa ótica é que deveremos fundamentar o papel da expectativa do professor em relação ao desenvolvimento das potencialidades dos seus alunos. Ouso dizer que existe uma relação direta entre a expectativa do professor e o desempenho do aluno. Quando o aluno estabelece um vínculo positivo, fruto de uma certeza de que determinado professor acredita que ele é capaz, esse aprendente se mobiliza e se põe em movimento para não decepcionar o mestre. Aquele professor que é capaz de aquecer os corações de seus alunos, certamente, é capaz mobilizá-los, rumo à superação das suas dificuldades, com vistas a ampliar os seus saberes. São os professores com “postura de abelha” que fazem a diferença, pois ajudam a encontrar o melhor de seus alunos e acreditam, fielmente, que eles podem se superar a cada dia.
RESUMO
Prática e reflexão nem sempre foram tão unidas quanto a palavra prática reflexiva pretende sugerir. Proponho que consideremos prática e reflexão como duas faces do conhecimento, indissociáveis, complementares e fundamentais para nós.
Hoje, os professores convivem com as crianças mais tempo e mais intensamente que os pais.
O magistério, como muitas profissões, precisa ser trabalhado de uma forma reflexiva no sentido forte dessa palavra.
Reflexão significa envergar-se de novo, em outro espaço, em outro tempo, talvez em outro nível. Refletir é ajoelhar-se diante de uma prática, escolher coisas que julgamos significativas e reorganizá-las em outro plano para, quem sabe, assim podermos confirmar, corrigir, compensar, substituir, melhorar, antecipar, enriquecer, atribuir sentido ao que foi realizado.
Desafio 1- Hoje,espera-se que o professor ensine segundo a lógica da inclusão, o que implica que ensinar e aprender, na perspectiva desse profissional, sejam considerados indissociáveis.
Desafio 2- Na escola de “ontem”, eles deveriam saber explicar bem os conteúdos e dar bons exercícios de fixação das matérias, ser exigentes com a disciplina dos alunos e avaliar os ganhos que acumulavam durante o período correspondente às aulas dadas sobre um assunto.
A novidade mais importante é que agora a educação escolar é compulsória para todas as crianças, as quais têm o direito de entrar no sistema escolar correspondente à educação básica e percorrê-lo sem a ameaça da repetência ou da exclusão. A escola seletiva transformou-se em escola para todos.
Desafio 3- Agora são fundamentais um ensino e uma aprendizagem de natureza investigativa, ou seja, pautados por projetos ou pelo enfrentamento de situação-problema para as quais as respostas conhecidas são insuficientes ou obsoletas. O papel do professor, nesse novo cenário, é também o de um orientador, gestor e criador de situações ou tarefas de aprendizagem.
Desafio 4- O professor que não se sente enriquecendo seu repertório de conhecimentos pedagógicos no dia-a-dia da sala de aula,que não sabe dar um estatuto educacional para todos os conteúdos agora presentes na escola para todos (problemas cotidianos, convivência escolar, por exemplo) acabará desestimulado e insuficiente.Um outro contexto de aprendizagem do professor é a própria comunidade escolar composta pelos colegas, pelos pais das crianças, pelos vizinhos e amigos da escola.
Finalmente um outro contexto de aprendizagem importante para o aperfeiçoamento do professor é o da participação em palestras, seminários ou cursos de atualização, extensão ou aperfeiçoamento.
Desafio 6- Analisar os desafios à prática reflexiva na escola implica pensar o tema na perspectiva de situações-problema, ou seja dos obstáculos que enfrentamos e do que somos desafiados a aprender em favor de sua superação.
A prática reflexiva supõe voltar-se para “dentro” de si mesmo ou do sistema do qual somos parte. A prática reflexiva, como todo processo de tomada de consciência (Piaget, 1974/1978), supõe dois percursos, iguais e contrários, a partir de um ponto periférico a ambos: a interiorização e a exteriorização.
Ninguém reflete sozinho, mais ninguém reflete por nós.
Desafio 7- Ensinar é mais do que uma extensão do trabalho de casa ou da mera repetição de um manual ou de texto didático escrito por um especialista. Para bem realizar isso, temos de nos profissionalizar. A prática reflexiva é um dos recursos para isso. Uma escola para todos supõe a disponibilidade para a prática de uma pedagogia diferenciada e uma avaliação formativa.
Gislêne de Almeida Jatobá Santos
A Escola, a família e suas fronteiras
O que mudou????
Desestrutura familiar
Rompimento da tríade
E a escola em vez de se atualizar para entender estes alunos que chegam com uma formação diferente daqueles que os professores desejavam, o que fazer?
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